A ORIGEM DAS FRASES FEITAS USADAS POR DRUMMOND
Casa da Mãe Joana
Joana, rainha de Nápoles e condessa de Provença (1326-1382), em sua tumultuosa existência, refugiou-se no Avignon em 1346. No ano seguinte, regulamentando os bordéis da cidade, aprovou um estatuto que dizia em um de seus artigos: " - et qu'il ait une porte par où toutes les gens puissent entrer." Ou seja, ... e que tenha uma porta por onde todas as pessoas possam entrar. O prostíbulo se tornou o Paço da Mãe Joana, nome que se divulgou em Portugal. (Luís da Câmara Cascudo ).
Cheio de Nove Horas
Nove horas era a hora clássica do século XIX, regulando o final das visitas e ditando o momento das despedidas. A figura do cheio de nove horas surgiu nessa época, como a criatura infalível em citar regras de conduta para os outros e em restringir as alegrias dos outros, complicando as coisas mais simples.
É da Pontinha!
O gesto e a frase são muito populares em Portugal, de onde provêm. Segundo Luís da Câmara Cascudo:
Aplicava-se especialmente aos vinhos e isto se verificava porque havia e há em Portugal a frase vinho de orelha quando alguém quer referir-se a um bom vinho. E não querendo citar o de orelha, alusivo ao vinho, bastará fazer o gesto de tocar na orelha. É daqui... e todo bom bebedor entende perfeitamente. Pertencente à gíria dos provadores passou ao patrimônio comum da linguagem popular nas regiões da vindima.
A frase portuguesa provém do francês, onde "vin d’une oreille" é o bom vinho, cujo sabor se aprova com a inclinação da cabeça apenas para um lado.
O "vin des deux oreilles" é o mau vinho, cujo sabor desagradável faz que se movimente várias vezes a cabeça, e, consequentemente, de uma orelha a outra, conforme a Larousse.
|