*Romancista gaúcho retoma um tema tradicional para se tornar candidato a autor de uma das melhores ficções lançadas durante o ano no País: Silêncio no Bordel de Tia Chininha, de Eliziário Goulart Rocha. Ed. Globo. (Estadão-Caderno 2-Deonísio da Silva)

*"Eu escrevia quando ainda não conhecia a vida. Agora que sei seu significado, nada mais tenho para escrever. A vida não é para ser descrita. A vida deve apenas ser vivida", é uma das citações compiladas por Marcello Rollemberg, em A Esfinge e Seus Segredos, de Oscar Wilde, Ed. Recorde.

*"Nesta vida, pode-se aprender três coisas de uma criança: estar sempre alegre, nunca ficar inativo e chorar com força por tudo o que se quer." Paulo Leminski.

*Alentada biografia refaz a trajetória de Terry Southern, roteirista e principal fonte de inspiração de 'Sem Destino' e autor de reportagens inesquecíveis na 'Rolling Stone': A Grand Guy: The Art and Life of Terry Southern, escrita por Lee Hill e recém-publicada pela Harper Collins. (Estadão-Caderno 2-Sérgio Augusto)

  "PLANO B", estratégia de salvamento!

  * BLUES *

Uma sugestão para quem ainda não ouviu os blues(Come Rain Or Come Shine e Help The Poor) que entraram na história de Badaró e Elyza, no Romance Policial de Mario Prata, Os Anjos de Badaró:

"RIDING WITH THE KING" - B.B. King & Eric Clapton.

 

É lamentável o que se vê na TV Senado, no depoimento de ACM ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar: uma raposa velha, cercada de carneirinhos tremendo de medo (pisando em ovos até na formulação das perguntas!), jogando de "disse-não-disse-e-se-disse-foi-para-proteger-a-Instituição", "nunca tive nada a ver com a violação do painel", impondo-lhes a única verdade possível: a sua! Conclusão: pizza quentinha já no forno? (Tomara que eu me engane!)

 

Este é o PRIMEIRO soneto criado por BETO MUNIZ (o nosso ABSURDOS) !
Obrigada pelo presente, Ab! Cheia de orgulho, aqui! (já sei... "menas, Lena, menas"® :-))

Soneto da realidade

Vadiando no centro da cidade,
Dentro do ônibus parado eu via
Um garoto fugindo do senhor de idade
Em esquivas de alegre estripulia.

Sobre a idade o avô resmunga ao neto
Contabilizando a grande diferença,
E na esperança que ele fique quieto
Faz chantagem com possível doença.

O menino faz ouvidos de mouco
E sem o propósito de fazer mal,
Zomba o idoso mais um pouco.

Imagino o garoto despido da mocidade
Vem-me um devaneio louco, mas real;
Quando o neto se tornar avô... Serei saudade.

  * DELÍCIA DE FILME! *


Butch Cassidy, Newman & Redford - 1969

  Ei-la, Lili!

A História de Lily Braun
(Edu Lobo - Chico Buarque
1982)

Como num romance
O homem de meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom

Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz

Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilinguando toda
Ao som do blues

Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris

E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê

Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar

Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz

  * A PROPÓSITO... ABSURDOS... POESIA...* (Ouvindo Big My Secret, de Michael Nyman, do filme "The Piano".)

Abraço fechado

Eu queria um abraço fechado
daqueles em que seus cotovelos ultrapassam meus ombros
E no medo que eu escape,
Ainda enlaça meu pescoço
Com as mãos trocadas no próprio antebraço.

Sabe quando sua face amassa minha orelha
E seus seios colam com as batidas do meu coração?

Eu queria esse abraço...
Em que meus braços enlaçam sua cintura
Enquanto seus pés perdem o contato com o chão.

Queria o abraço
Em que você estivesse fechada comigo
E eu solto em você...
Assim.
Beto Muniz


Pobre de nós
Amantes distantes

Carinho diluído
Em suaves prestações
E vinho seco
Para afogar a saudade
Beto Muniz


Mutação

Tudo muda
De tempos em tempos
Os valores
As paixões
Os rancores

Tudo passa
De tempos em tempos
A paixão
O rancor
A dor

Só não passa a saudade
Sem tempo
Beto Muniz

  VOCÊ SABIA...

  QUASE

Tripé...
Câmera...
Luzes...
Atenção!
Em close,
enquadra,
acerta o foco,
lente,
lenta...
sente,
senta,
levanta...
agora:
isso!
Não pisca,
olha a pose!
Olha pra cá!
Relaxe,
Sorria,
Tire os óculos,
Põe de novo,
Não mexe!
CLIC! CLIC!
Hummm...
Perfeito!
Mais outra,
de novo!
Neste ângulo,
naquele...
Calma!
Acabou?
Quase!
É a fama!
Tremeu...

Lena

  Blue Nude


Henri Matisse

  * É DO BAÚ! * Para dançar... de rosto colado... hummm....;-) Clique aqui e aguarde...

HOTEL CALIFÓRNIA
(Eagles)

On a dark desert highway
Cool wind in my hair
One smell of colitas
Rising up through the air
Up ahead in the distance
I saw a shimmering light
My head grew heavy, and my sight grew dim
I had to stop for the night
There she stood in the doorway
I heard the mission bell
And I was thinking to myself
This could be Heaven or this could be hell
Then she lit up a candle
And she showed me the way
There were voices down the corridor
I thought I heard them say

Welcome to the Hotel California
Such a lovely place
Such a lovely place (background)
Such a lovely face
Plenty of room at the Hotel California
Any time of year
Any time of year (background)
You can find it here
You can find it here

Her mind is definitely twisted
Shes's got the Mercedis-Benz
She's got a lot of pretty, pretty boys
That she calls friends
How they dance in the courtyard
Sweet summer sweat
Some dance to remember
Some dance to forget
So I called up the Captain
Please bring me my wine
He said
We haven't had that spirit here since 1969
And still those voices are calling from far away
Wake you up in the middle of the night
Just to hear them say

Welcome to the Hotel California
Such a lovely Place
Such a lovely Place (background)
Such a lovely face
They're livin' it up at the Hotel California
What a nice surprise
What a nice surprise (background)
Bring your alibies

Mirrors on the ceiling
They bring champagne on ice
And she said
We are all just prisoners here
Of our own device
And in the master's chambers
They gather for the feast
They stab it with there steely knives
But they just can't kill the beast
Last thing I remember
I was running for the door
I had to find the passage back to the place I was before
Relax said the nightman
We are programed to recieve
You can check out any time you like
But you can never leave

  Penso se vou
Penso se fico
Penso em não ir
Ou se não fico
Se penso, não vou
Se não penso, fico!
Fixo o olhar
E com o olhar fixo
Calo o pensar
E com o pensar, fico.
Lena.

  * SOBREMESA RÁPIDA *
Bananas Foster
(bananas em caramelo)

Ingredientes

1/3 de xícara de açúcar (refinado ou mascavo)
1 colher (chá) de canela em pó
1/4 xícara de manteiga
½ xícara de rum escuro
1/3 de xícara de licor de banana
4 bananas cortadas ao meio
sorvete de creme
folhas de hortelã

Modo de Preparo

Coloque em uma frigideira a manteiga, o açúcar e a canela. Deixe o açúcar desmanchar. Acrescente metade do rum e metade do licor, misture bem e coloque as bananas cortadas ao meio no sentido do comprimento. Abaixe o fogo e cozinhe até que as bananas estejam macias. Acrescente o licor e o rum restantes e flambe as bananas. Sirva com sorvete de creme decorando com folhas de hortelã."Cozinhando com Luiz Cintra".

  Tricotando

................Ponto meia
...........meio ponto
.......meia ponta
....ponta e meia

....Ponto de nó
.....ponto forte
......ponto cardeal
.......ponto de equilíbrio
........ponto ideal
.........ponto de interrogação
..........ponto de fuga
...........ponto de luz
............ponto fixo
.............ponto em branco
..............ponto fraco
...............ponto de bala
................ponto cego
.................ponto alto
..................ponto de exclamação
...................ponto de honra
....................ponto simples
.....................ponto neutro
......................ponto facultativo
.......................ponto infinito
........................ponto de vista
.........................ponto de partida
..........................ponto-atrás
...........................ponto sem nó
............................ponto crítico
.............................ponto-falso
..............................ponto de chegada
...............................entrega os pontos
................................ponto "G"
.................................ponto cruz
..................................ponto morto
...................................ponto final

Uma volta.....................
meia-volta...................
volta e meia.............
volta ao ponto.......
ponto meia......

Lena.

  * DE SAUDADE EM SAUDADE *

Sempre que uma certa saudade se instala por aqui, outras se aproveitam e vão chegando, como se quisessem ser lembradas também... e acabam sendo, mesmo! Basta uma palavra e nos vemos com mais uma saudade! Saudade atrai saudade? Sei lá... só sei que estou com mais uma por aqui! E foi por ter visto a Lili me chamar de Lenita, que lembrei de uma crônica deliciosa (Cachito Mío) que Cyrano escreveu em agosto do ano passado. Entre outras coisas que comentei com ele, na época, foi a frase que Natanael diz sobre o nome Lenita*:
"(....
- Não é Lenita, bobinho, é Priscila. Por que você insiste nesse nome?

Ele ajeitando a gravata: - Se eu disser seu nome sem querer estamos fritos. Se eu disser sem querer Lenita ninguém desconfia, é um nome das antigas...)

Ô Natanael! (ele ouviu, a voz baixa) tá certo que você insista nessa perda de tempo, mas pelo amor de Deus, homem, se atualize!:- Ninguém é mais Lenita!"


* Diga-se, Cyrano não fazia nenhuma alusão ao meu apelido! Foi mera coincidência!

  * VALE A PENA LER DE NOVO *

Falando em "tempos prateados" e revendo os meus guardados, escolhi esta crônica, da Barbie (Viviane Alberto), pra aliviar as saudades:

Perguntas simples. Duas. Encontradas em qualquer questionário pessoal que se preze.
O que você ama?
O que você odeia?
O que eu amo, oras! Eu amo...eu amo...Espera, já respondo. Eu amo muitas coisas. É, eu amo. Por exemplo...
Posso responder a segunda e voltar pra essa depois? Tá.
Eu odeio jaca.
Nossa! Forte demais, isso. Parece que a jaca já me fez algo terrível...abaixo as jacas! Também não é assim.
Vamos lá, eu odeio Falsidade.
Cadê a verdade dessa afirmação? É tão efêmero dizer “Falsidade”. Afinal, eu odeio gente falsa, mas adoro esse anelzinho de falso-brilhante que uso há anos...
Outra tentativa. Eu odeio Mentiras.
Isso! Odeio mentiras. Todas elas. Nojentas, escamosas. Menos as necessárias. É, tem coisa que pede uma mentirinha. Aquele presente horrendo ou inútil.
- Gostou?
- Adorei... – Afinal, você não pode decepcioná-lo(a), tão bonitinho(a).
- Serviu, amor?
- Serviu! – É, serviu, sim. Na batata da perna. Você usa 42, o shorts é 36, mas serve perfeitamente. E nem morta você diria o contrário.
Então, é isso. Eu odeio mentiras desnecessárias. E atrasos. Custa avisar? Odeio. Quer me irritar, se atrase.
Certo. Voltemos para a primeira pergunta, então.
O que eu amo?
Teoricamente, deveria ser mais fácil , agora que eu já defini o que eu odeio. Se eu não gosto de determinadas coisas, gosto de todo o resto. Não é isso? Não, não é. Justamente nesse ponto, fica mais complicado ainda.
A própria palavra já me assombra. Quando eu digo ‘eu gosto’, sai gostoso, mesmo. Redondo, fácil. Gosssssto. É gostoso gostar. Flui . Eu gossto que me enrossco.
Tente agora: Eu amo. A caixa torácica vibra. De medo, será? Esse imenso acento circunflexo invisível faz travar meu coração. Amar é grande. Pesado. Definitivo.
Não dá pra amar só em dia de sol. Amar inclui carregar um guarda-chuva. Um espanador de pó. E um Sonrisal. Amor é amor até no azedume.
Amar é difícil, porque não é só transitivo direto. De um jeito ou de outro, pede um complemento.
Quem ama, comete duas ações na mesma oração. Ama-entende; ama-pressente; ama-zela; ama-perdoa; ama-sublima; ama transcende; ama-supera; ama e finge que não vê. Não tem verbo que chegue.
Mas, a pergunta ainda não calou. De uma vez por todas, o que eu amo nessa vida?
E se eu disser uma coisa e me esquecer de outra? E se alguém se magoar? E se alguém me magoar? E se a resposta estiver errada? E se não tiver resposta? E se não for amor? E se for amor demais? De menos?
Vamos fazer o seguinte. O que eu amo é doce de leite. Pronto. Pecarei por falta, mas não por excesso.
Triste é o retrato que essa atitude mostra. Um tempo louco esse, em que vivemos. A gente odeia desenfreadamente, mas não ama por medo de machucar.
E mente sempre no final da história. Nem de leite eu gosto. Mentirinha necessária, lembra?

  Pálido

Sem você
Sou sem cor
Sou só
Nem sou
Sou nó
Sem ser
Sou pó
Não sou
Nem sei
Quem sou.
Lena.

  Nem isso...

Horas escoam
Um só pensamento
Desejos insanos
Espera infinda
Palavras em prosa
Inútil tentativa
Você não me crê...
se esquiva.

Lena.

  coração
PRA CIMA
escrito em baixo
FRÁGIL
Leminski

  *TESTANDO*